sábado

O doce sabor da liberdade


Lembram-se disto?
Não a pedi. Deram-ma.
 Em vésperas de 25 de Abril.

Flor da Liberdade
    
   Sombra dos mortos, maldição dos vivos.
   Também nós... Também nós... E o sol recua.
   Apenas o teu rosto continua
   A sorrir como dantes,
   Liberdade!
   Liberdade do homem sobre a terra,
   Ou debaixo da terra.
   Liberdade!
   O não inconformado que se diz
   A Deus, à tirania, à eternidade.
  
   Sepultos, insepultos,
   Vivos amortalhados,
   Passados e presentes cidadãos:
   Temos nas nossas mãos
   O terrível poder de recusar!
   E é essa flor que nunca desespera
   No jardim da perpétua primavera.

                                    Miguel Torga

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